terça-feira, 31 de agosto de 2010

Química do amor

O Oxigênio e o Hidrogênio são elementos químicos que quando combinados formam a aguá, uma das substâncias mais vitais para a sobrevivência humana. 
Assim somos, eu e você. 
Juntos nós formamos o amor, o sentimento necessário para a nossa sobrevivência. 
Visível a olho nú. 
Pois é tão grande, que uma pessoa com problemas visuais enxergue. 
Puro, na sua forma primitiva. 
O suficiente para nossas almas.


P.S.: Adorei desde o momento que eu li esse texto no blog "Cartas Dele" , recomendo a visita à todos que passam pelo meu blog!

xD

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

I'll Be (Eu serei)

Os fios de cabelos em seus olhos 
Que os colorem maravilhosamente 
Interrompem-me e roubam minha respiração 
E esmeraldas de montanhas 
Dão impulso para o céu 
Nunca revelando sua profundidade

Diga-me que pertencemos um ao outro 
Vista-se com os enfeites do amor 
Eu serei cativado, 
eu ficarei preso aos seus lábios 
Ao invés da forca que machuca meu coração

Eu serei um ombro para você chorar 
Eu serei um suicida do amor 
Eu serei melhor quando ficar mais velho 
Eu serei o maior fã de sua vida

A chuva cai furiosa no telhado de lata 
Enquanto estamos acordados, deitados em minha cama 
Você é minha sobrevivência 
Você é minha prova viva 
Meu amor está vivo e não morto

Diga-me que pertencemos um ao outro 
Vista-se com os enfeites do amor 
Eu serei cativado, 
eu ficarei preso aos seus lábios 
Ao invés da forca que machuca meu coração

Eu fui derrubado, queimado, 
Voltei vitorioso da morte 
Sintonizado, ligado, 
Lembrei das coisas que você disse

Eu serei um ombro para você chorar
Eu serei um suicida do amor
Eu serei melhor quando ficar mais velho
Eu serei o maior fã de sua vida

O maior fã da sua vida


[ Tradução da música "I'll be" de Edwin McCain ]


P.S.: Linda música que me marcou!! 
Adoro você!! 

domingo, 8 de agosto de 2010

Crônica de amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou à seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim, você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

[ Arnaldo Jabor ]

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Não deixe o amor passar

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.


[ Carlos Drummond de Andrade ]

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Os três mal-amados

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

[ João Cabral de Melo Neto ]

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Súplica


Agora que o silêncio é um mar sem ondas, 
E que nele posso navegar sem rumo, 
Não respondas 
Às urgentes perguntas 
Que te fiz. 
Deixa-me ser feliz 
Assim, 
Já tão longe de ti como de mim. 

Perde-se a vida a desejá-la tanto. 
Só soubemos sofrer, enquanto 
O nosso amor 
Durou. 
Mas o tempo passou, 
Há calmaria... 
Não perturbes a paz que me foi dada. 
Ouvir de novo a tua voz seria 
Matar a sede com água salgada.

[Miguel Torga]

terça-feira, 27 de julho de 2010

Certas horas...

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer..

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amor! E estou Aqui!

[William Shakespeare]

domingo, 25 de julho de 2010

Ser forte! Que nada...

Eu pensei que fosse fácil
Conseguir ser tão forte
Mas o coração é fraco
Não há dor que ele suporte.

Sua ausência me maltrata
Solidão, fere-me, desarma
Há saudade, tantas lágrimas
Em meu peito a dor desaba.

Ser forte! Que nada, sou nada.

Desde quando você se foi
Ninguém mais me fez sorrir
Em meu rosto só há tristeza
E chorando, eu espero que você apareça.

Sei que você não tem culpa
Nem seu coração também
Não se escolhe a quem amar
Nem a quem gostar também!

Ser forte! Que nada, sou nada.

Na vida há duas escolhas
Pode ser sim e não também
Nem sempre nela se ganha
Mesmo quando se quer o bem.

Ser forte! Que nada, sou nada.

[Autor desconhecido]