"Se eu tivesse que contar hoje minha vida para alguém, poderia fazê-lo de tal maneira que iriam me achar uma mulher independente, corajosa e feliz.
Nada disso: estou proibida de mencionar a única palavra que é muito mais importante que os onze minutos: amor.
Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida.
É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente.
Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo.
E quem ama o máximo sente-se livre.
Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer, descobrir, nada tem sentido.
Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma, refletida em um homem que me entenda, que não me faça sofrer.
Mas que bobagem é essa que estou dizendo?
No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.
Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei.
Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la."
[ Trecho do livro "Onze Minutos" de Paulo Coelho ]
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